1. |
revelando a mágica
01:55
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2. |
o bluebird
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3. |
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um dia perfeito para morrer
um dia perfeito para morrer
é hoje, um dia será ontem,
aonde a gente foi amanhã, não
um dia perfeito para morrer
é o primeiro dia da primavera
nunca o último do verão
um dia perfeito para morrer
é todo dia em que a vida vem
e você pára para ver o mar
um dia perfeito para morrer
é quando se passa o dia inteiro
com os amigos num bar
um dia perfeito para morrer
é todo dia que distrai
o teu diário da dor
um dia perfeito para morrer
é o do primeiro beijo
nunca o último de um amor
um dia perfeito para morrer
adianta um céu no que
a gente tem sede de ser
um dia perfeito para morrer
é todo dia em que
não se pode deixar de viver
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4. |
ódio platônico
01:04
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ódio platônico
a tua dor que me desculpe
o que você sente nem tem mais sentido
amor então que me preocupe
mas o teu ódio não será correspondido
para odiar te falta destreza
nesse olhar mais mágoa que a tristeza
se ainda não tiver percebido
tua aspereza não me deixa comovido
nem se disser que o que você sente
para nós dois é suficiente
terá possibilidade
um dia você vai entender obsessão
e não ódio de verdade
o que se odeia quando se adia o coração
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5. |
ela
01:14
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ela me falava que escrever era como morrer sol num mar de
monet eu bebendo minha dor como se fosse saquê ela me falava
que amor não era o que vênus vê mas o que psiquê um dia
pisque eu bebendo minha dor como se fosse whisky ela me
falava que mesmo que matisse mentisse eram flores de luz o que
vincent pensava às cores em contra-ataque eu bebendo minha
dor como se fosse conhaque ela me falava como se cada fala
aonde silêncio falta fosse nosso beijo esculpido por rodin a todo
instante eu bebendo minha dor como se fosse chianti.
quando ela me falava de sua dor, eu já bebendo qualquer coisa.
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6. |
largo
01:30
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7. |
marias
01:38
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8. |
abrigos
01:09
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9. |
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porque há um excesso de céu nos olhos seus deixei
amanhecer páginas em branco sobre a neve para te conhecer.
porque há um excesso de céu nos olhos seus todos os nomes
do amor escrevi para te esquecer.
porque há um excesso de céu nos olhos seus noite a noite
tenho que te perder em tudo que for preciso. porque há um
excesso de céu nos olhos seus entendi que para as magnólias só
o sentir tem sentido.
porque há um excesso de céu nos olhos seus de manhã li
lírios em teus delírios. porque há um excesso de céu nos olhos
seus de tarde vi verdade nas violetas.
porque há um excesso de céu nos olhos seus sei que se
temos uma crise depois temos crisântemos. porque há um
excesso de céu nos olhos seus ontem enterrei todos os
cadáveres das flores que a florista não quis.
porque há um excesso de céu nos olhos seus ignorei rasguei
todas as cartas que o outono me mandava. porque há um
excesso de céu nos olhos seus agora o inverno jamais irá saber
meu endereço outra vez.
porque há um excesso de céu nos olhos seus um telefonema
me despertou no meio da noite. era a primavera apreensiva e
ofegante. uma primavera repleta de relógios hesitantes.
porque há esse excesso de céu nos olhos seus um telefonema
me despertou no meio da noite no meio da manhã no meio da
tarde. era a primavera. e eu disse
sim.
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10. |
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um dia talvez
quando tinha 17
agora,
tarde demais
pra ser rimbaud
tarde demais
pra escrever tudo
que senti
e depois sumir.
noites por certo
de quando tinha 27
até que escrevi
uma ou outra,
mas para minha
maior surpresa
eu não morri
com janis
com jimi
com jim.
hoje tenho tantas tardes
florescem florenças
dentro de minha cabeça
e mesmo tendo pétalas
diante de pálpebras
diante de pressas
eu me sinto tão pobre.
tarde demais pra ser rimbaud
ou pra cometer suicídio
um pouco cedo ainda
pra pensar ser vinicius.
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11. |
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tudo que cabe dentro de um beijo é tudo que comece e não
acabe dentro de um beijo. tudo que cabe dentro de um beijo é
tudo que sei que não se sabe dentro de um beijo. um céu de
claridades irrepreensíveis depois da chuva uma terra de belezas
indevassáveis depois da chuva que há dentro de um beijo. tudo
que cabe dentro de um beijo é tudo que tive tudo que me vive
tudo que Ingrid. tudo que tive é toda a chuva de dentro de um
beijo. tudo que me vive é toda chuva que foram pianos dentro
de um beijo. tudo que Ingrid... só o que tive e me vive dentro
de um beijo. tudo que cabe dentro de um beijo é todo vinho que
não se sabe nas rosas é toda noite que não se nota nas pétalas.
tudo que cabe dentro de um beijo é tudo que não sabe ser
magnólia em teu escuro despetalar teu despedaçar despedir e
despertar. tudo que cabe dentro de um beijo é todo azul que de
céu alaga teu mar toda lua que abre em magnólias atrás do céu
quando o céu tem de nublar. tudo que cabe dentro de um beijo
é todo voltar – de todo o inverno, por todo o verão. verão de cada
sentir e inverno de todo pensar.
tudo que cabe dentro de um beijo enfim apenas cada te ver onde
escolhi morrer meu olhar.
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12. |
sou vampiro também
02:01
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13. |
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14. |
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15. |
musa em desuso
02:42
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musa em desuso
nenhuma musa mais me usa
este seu mar não afoga mais
já não será imortal às minhas custas
de indecisa já chega a paz
o jeito que você passa
o jeito que veste a blusa
não irá me convencer
adeus sonetos monumentais
e tudo mais que em quartetos me acusa
com a solidão eu já posso
esta insone ilusão eu já faço adormecer
nenhum poeta a postos será
mais testemunha das suas escusas
e nem do seu dom de esquecer
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16. |
se considerássemos
02:22
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17. |
estou amando
02:37
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18. |
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19. |
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20. |
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21. |
splash
02:16
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22. |
musa em desuso (single)
01:41
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musa em desuso
nenhuma musa mais me usa
este seu mar não afoga mais
já não será imortal às minhas custas
de indecisa já chega a paz
o jeito que você passa
o jeito que veste a blusa
não irá me convencer
adeus sonetos monumentais
e tudo mais que em quartetos me acusa
com a solidão eu já posso
esta insone ilusão eu já faço adormecer
nenhum poeta a postos será
mais testemunha das suas escusas
e nem do seu dom de esquecer
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