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poesia em desuso

by fernando koproski

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1.
2.
o bluebird 01:55
3.
um dia perfeito para morrer um dia perfeito para morrer é hoje, um dia será ontem, aonde a gente foi amanhã, não um dia perfeito para morrer é o primeiro dia da primavera nunca o último do verão um dia perfeito para morrer é todo dia em que a vida vem e você pára para ver o mar um dia perfeito para morrer é quando se passa o dia inteiro com os amigos num bar um dia perfeito para morrer é todo dia que distrai o teu diário da dor um dia perfeito para morrer é o do primeiro beijo nunca o último de um amor um dia perfeito para morrer adianta um céu no que a gente tem sede de ser um dia perfeito para morrer é todo dia em que não se pode deixar de viver
4.
ódio platônico a tua dor que me desculpe o que você sente nem tem mais sentido amor então que me preocupe mas o teu ódio não será correspondido para odiar te falta destreza nesse olhar mais mágoa que a tristeza se ainda não tiver percebido tua aspereza não me deixa comovido nem se disser que o que você sente para nós dois é suficiente terá possibilidade um dia você vai entender obsessão e não ódio de verdade o que se odeia quando se adia o coração
5.
ela 01:14
ela me falava que escrever era como morrer sol num mar de monet eu bebendo minha dor como se fosse saquê ela me falava que amor não era o que vênus vê mas o que psiquê um dia pisque eu bebendo minha dor como se fosse whisky ela me falava que mesmo que matisse mentisse eram flores de luz o que vincent pensava às cores em contra-ataque eu bebendo minha dor como se fosse conhaque ela me falava como se cada fala aonde silêncio falta fosse nosso beijo esculpido por rodin a todo instante eu bebendo minha dor como se fosse chianti. quando ela me falava de sua dor, eu já bebendo qualquer coisa.
6.
largo 01:30
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marias 01:38
8.
abrigos 01:09
9.
porque há um excesso de céu nos olhos seus deixei amanhecer páginas em branco sobre a neve para te conhecer. porque há um excesso de céu nos olhos seus todos os nomes do amor escrevi para te esquecer. porque há um excesso de céu nos olhos seus noite a noite tenho que te perder em tudo que for preciso. porque há um excesso de céu nos olhos seus entendi que para as magnólias só o sentir tem sentido. porque há um excesso de céu nos olhos seus de manhã li lírios em teus delírios. porque há um excesso de céu nos olhos seus de tarde vi verdade nas violetas. porque há um excesso de céu nos olhos seus sei que se temos uma crise depois temos crisântemos. porque há um excesso de céu nos olhos seus ontem enterrei todos os cadáveres das flores que a florista não quis. porque há um excesso de céu nos olhos seus ignorei rasguei todas as cartas que o outono me mandava. porque há um excesso de céu nos olhos seus agora o inverno jamais irá saber meu endereço outra vez. porque há um excesso de céu nos olhos seus um telefonema me despertou no meio da noite. era a primavera apreensiva e ofegante. uma primavera repleta de relógios hesitantes. porque há esse excesso de céu nos olhos seus um telefonema me despertou no meio da noite no meio da manhã no meio da tarde. era a primavera. e eu disse sim.
10.
um dia talvez quando tinha 17 agora, tarde demais pra ser rimbaud tarde demais pra escrever tudo que senti e depois sumir. noites por certo de quando tinha 27 até que escrevi uma ou outra, mas para minha maior surpresa eu não morri com janis com jimi com jim. hoje tenho tantas tardes florescem florenças dentro de minha cabeça e mesmo tendo pétalas diante de pálpebras diante de pressas eu me sinto tão pobre. tarde demais pra ser rimbaud ou pra cometer suicídio um pouco cedo ainda pra pensar ser vinicius.
11.
tudo que cabe dentro de um beijo é tudo que comece e não acabe dentro de um beijo. tudo que cabe dentro de um beijo é tudo que sei que não se sabe dentro de um beijo. um céu de claridades irrepreensíveis depois da chuva uma terra de belezas indevassáveis depois da chuva que há dentro de um beijo. tudo que cabe dentro de um beijo é tudo que tive tudo que me vive tudo que Ingrid. tudo que tive é toda a chuva de dentro de um beijo. tudo que me vive é toda chuva que foram pianos dentro de um beijo. tudo que Ingrid... só o que tive e me vive dentro de um beijo. tudo que cabe dentro de um beijo é todo vinho que não se sabe nas rosas é toda noite que não se nota nas pétalas. tudo que cabe dentro de um beijo é tudo que não sabe ser magnólia em teu escuro despetalar teu despedaçar despedir e despertar. tudo que cabe dentro de um beijo é todo azul que de céu alaga teu mar toda lua que abre em magnólias atrás do céu quando o céu tem de nublar. tudo que cabe dentro de um beijo é todo voltar – de todo o inverno, por todo o verão. verão de cada sentir e inverno de todo pensar. tudo que cabe dentro de um beijo enfim apenas cada te ver onde escolhi morrer meu olhar.
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musa em desuso nenhuma musa mais me usa este seu mar não afoga mais já não será imortal às minhas custas de indecisa já chega a paz o jeito que você passa o jeito que veste a blusa não irá me convencer adeus sonetos monumentais e tudo mais que em quartetos me acusa com a solidão eu já posso esta insone ilusão eu já faço adormecer nenhum poeta a postos será mais testemunha das suas escusas e nem do seu dom de esquecer
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estou amando 02:37
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splash 02:16
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musa em desuso nenhuma musa mais me usa este seu mar não afoga mais já não será imortal às minhas custas de indecisa já chega a paz o jeito que você passa o jeito que veste a blusa não irá me convencer adeus sonetos monumentais e tudo mais que em quartetos me acusa com a solidão eu já posso esta insone ilusão eu já faço adormecer nenhum poeta a postos será mais testemunha das suas escusas e nem do seu dom de esquecer

about

poemas de Fernando Koproski
dos livros "TUDO QUE NÃO SEI SOBRE O AMOR" e "PÉTALAS, PÁLPEBRAS E PRESSAS"

poemas de Charles Bukowski traduzidos por Koproski
no livro "ESSA LOUCURA ROUBADA QUE NÃO DESEJO A NINGUÉM A NÃO SER A MIM MESMO AMÉM" (7Letras, 2005)

poemas de Alexandre França
dos livros "MATA-BORRÃO, BATOM" e "TODA MULHER MERECE SER DESPIDA"

todas as músicas compostas por Alexandre França

gravado ao vivo em Curitiba em 11 de outubro de 2005
editado e masterizado por Rogério Sabatella

credits

released December 22, 2005

Fernando Koproski nasceu em Curitiba, em 22 de janeiro de 1973. Publicou os livros de poemas: "Manual de ver nuvens" (1999); "O livro de sonhos" (1999); "Tudo que não sei sobre o amor" (2003), incluindo CD que apresenta leitura de poemas na voz do autor acompanhado pela guitarra flamenca de Luciano Romanelli; "Como tornar-se azul em Curitiba" (2004); "Pétalas, pálpebras e pressas", livro premiado com publicação pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (2004); e os livros que compõem a trilogia "Um poeta deve morrer: ""Nunca seremos tão felizes como agora" (7Letras, 2009), "Retrato do artista quando primavera (7Letras, 2014)" e "Retrato do amor quando verão, outono e inverno (7Letras, 2014)". Publicou a série de ficção "A complicada beleza", composta pelos livros: "Narciso para matar" (7Letras, 2016), "Crônica de um amor morto" (7Letras, 2016) e "A teoria do romance na prática" (7Letras, 2016).

Como tradutor, selecionou, organizou e traduziu as Antologias Poéticas de Charles Bukowski "Essa loucura roubada que não desejo a ninguém a não ser a mim mesmo amém" (7Letras, 2005), "Amor é tudo que nós dissemos que não era" (7Letras, 2012) e "Maldito deus arrancando esses poemas de minha cabeça" (7Letras, 2015), bem como as Antologias Poéticas de Leonard Cohen "Atrás das linhas inimigas de meu amor" (7Letras, 2007) e "A mil beijos de profundidade" (7Letras, 2016).

Lançou o CD "Poesia em Desuso", registro ao vivo do recital que fez com o músico e compositor Alexandre França, apresentando poemas autorais, traduções e sua parceria musical, em 2005.

Como letrista, tem composições gravadas por: Beijo AA Força no CD "Companhia de Energia Elétrica Beijo AA Força"; Alexandre França no CD "A solidão não mata, dá a ideia"; Casca de Nós no CD "Tudo tem recheio"; e Carlos Machado nos CDs "Tendéu", "Samba portátil", "Longe", "Los amores de paso", "Bárbara" e no DVD "Longe ao vivo".

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fernando koproski Curitiba, Brazil

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