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about
fernando koproski - voz
luciano romanelli - violão
lyrics
a morte tem olhos de poente, de um poente lilás
aparentemente inofensivo no meio de tantos azuis.
tive um amor que vestia vermelho não importa que
vestido vestisse. ignorava o sol, só a noite o
significava. quando vinham os violões, meu amor
era o vinho, uma fogueira, as lágrimas e o mesmo
poente, tudo que ardia inevitável como uma perda
incompreensível, definitivo como a intenção da lua,
quando fica um pouco vermelha querendo chegar
mais perto do chão, esquecendo que é lua e me
convidando para dançar.
tantas rosas represadas dentro de mim, num jardim
que pensei não mais existisse. as rosas rompem uma
imensa barragem de relógios. agora os dias não
podem mais as conter, confiar na eficácia de seus
céus cinzas. as rosas aprenderam a viver apenas dos
solos de violoncello, a beber em chuva o amanhecer
e todos os entardeceres. quando o cinza cede, o céu
não mais me seda. irrompe uma torrente de flores,
todas vermelhas. um cabernet de rosas. impossível de
as estancar, as pétalas fogem violentas do meu peito,
não perdoam minha camisa branca, mancham tudo
que toco, cada página que escrevo. fingir não pode
reter essas rosas, tampouco a razão pode as coagular.
elas irão me denunciar. demorar com pressa pétala a
pétala meu amor.
credits
from tudo que não sei sobre o amor,
released December 9, 2003
2 poems by fernando koproski
from his book "O LIVRO DE SONHOS"
A collaborative ode to the mythology and culture of the Czech Republic, pairing meditative poetry with menacing sounds. Bandcamp New & Notable Jan 12, 2022
Portland's Dao Strom describes her work as "song poems," gorgeously layered dark ambient folk soundscapes with a heavy sense of foreboding. Bandcamp New & Notable Oct 6, 2020